AH, SIM!...

 

 

Ah, Sim!...                     

 

 

                                                Laerte Antonio

 

Não transpareça a dor, senão no riso.

O tédio pouco exista. A nostalgia

seja apenas do instante que devia

ser vivido, mas que virou granizo...

 

O amor? Ah, sempre o amor: esse Narciso

que quer o capital e a mais-valia...

a não ver nada além de seu sorriso

e o corpo com um véu de poesia...     

 

Mister cantar, dançar por sobre as águas...

( as nossas ) e o que toca ao desamor —

sabê-lo sempre um divisor de mágoas...

 

Saudades? Só daquelas a rigor —

as dos sonhos ainda não vividos...

e claro: todos eles coloridos.