NOSTALGIA
Laerte Antonio
Transeuntes, não mais que transeuntes, filhos do sopro da existência e da ânsia de viver — eis o que somos, minha Amiga.
Passamos como o vento e a relva — somos um conto recontado por nós mesmos. Um conto cujo tema é o agora, cujo cenário é o aqui: o aqui-agora refugindo pelos poros da vida... Seu suporte, sua beleza e verdade são o momento fluindo por nós dentro.
Passamos como as águas cantando entre as pedras da ribeira e como calha temos nossos dias.
Passamos levando em nossa carne o sorriso da rosa que dói em nós porque sabemos, sabemos que vem a tarde.
A vida é só o que temos, e o sonho, a fé, a esperança — nossos melhores companheiros. ....................................................................... O amor? O amor é a estrada que passa pelas varandas daquela Casa de que rolamos... mas trazemos dentro de nós. Sua lembrança é a dor que nos impele a empreender o nostos: a volta ao Lar.
|